top of page

O que é a abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)?

Atualizado: 10 de jan. de 2022

Talvez você já tenha percebido que todos os psicoterapeutas costumam divulgar o seu trabalho dizendo ser de uma abordagem teórica específica. Atualmente, entre as vertentes mais vistas hoje, são: Terapia Cognitivo-Comportamental, Behaviorismo, Psicanálise e Fenomenológica-Existencial, por exemplo. Mas o que isso significa?


Basicamente, uma abordagem significa uma forma de investigação clínica que ajuda o psicólogo a entender melhor o homem, como ele funciona, e no que fazer com ele para o ajudá-lo. O psicólogo durante sua graduação aprende algumas dessas abordagens e, ao se formar, escolhe somente uma para se especializar e ajudar seus pacientes.


Dito de outra forma, cada abordagem teórica funciona como uma “lente” que ajuda o psicólogo a enxergar os pacientes através de uma visão ou perspectiva diferente. Esta “lente” também ajuda o profissional a ter um raciocínio clínico mais rápido nos casos clínicos.

ree

O que é TCC? Como explicado acima, existem diversas vertentes dentro da Psicologia. A Terapia Cognitivo-Comportamental ou TCC é uma delas. Suas bases teóricas foram desenvolvidas em meados da década de 60 com vários autores, especialmente, com o doutor norte-americano Aaron T. Back (1921-2021).


Este tipo de terapia é chamado dessa forma pela junção de conceitos e técnicas tanto cognitivos quanto comportamentais, ambas constatadas como eficazes para reduzir sintomas de vários transtornos psicológicos e outros problemas que estão sendo gerados pelos pensamentos automáticos. Aaron Beck disse uma vez: “se nosso pensamento fica atolado de significados simbólicos distorcidos, pensamentos ilógicos e interpretações erradas, nos tornamos, de verdade, cegos e surdos”.


De acordo com esta abordagem teórica, nossos pensamentos tem forte influência de controle sobre nossas emoções e comportamentos e o modo como nós nos comportamos pode afetar profundamente nossos padrões de pensamentos e nossas emoções. Sendo assim, podemos ter padrões de pensamentos considerados neutros, positivos e negativos. Quando são negativos, eles são chamamos de pensamentos disfuncionais.


Pensamentos disfuncionais nada mais são do que pensamentos automáticos que apresentam em forma de ideias distorcidas sobre nós mesmos, sobres outros e sobre o futuro. Geralmente, devido a esses pensamentos não passarem por algum tipo de filtro, conclusão ou lógica, acabam sendo tomados como verdades rígidas e absolutas, alimentando um sistema de crenças centrais que foi desenvolvido desde a sua infância (experiências com os pais, irmãos e outros modelos socializadores).


Exemplo de pensamento automático disfuncional: “Não adianta eu me esforçar, nunca faço nada certo”.


O que acontece se a pessoa não avaliar esse tipo de pensamento? Ela pode acreditar nisso, se sentindo pior do que já estava aumentando a sensação dos sintomas do seu transtorno e o atrapalhando em dois ou mais aspectos da vida como trabalho, relacionamentos amorosos e amizades, por exemplo. Concluindo, podemos considerar o pensamento automático do tipo disfuncional, porque conforme a própria palavra diz, disfuncionalidade significa que algo não está trazendo nenhuma funcionalidade (isto é, serventia, utilidade, validade ou benefício).


Baseado nisso, logo no início do processo psicoterapêutico em TCC, os pensamentos automáticos do tipo disfuncional serão os primeiros a ser investigados pelo psicólogo desta abordagem, de modo a ser identificados e alterados, uma vez percebido que são esses pensamentos que são responsáveis pela própria manutenção de determinada psicopatologia (ex. depressão, ansiedade, síndrome do pânico etc).


Desta forma, um dos principais objetivos da TCC será focar na alteração das distorções de pensamentos que estão gerando problemas ao paciente, ajudando-o a desenvolver meios eficazes para enfrentá-los. Importante dizer que cada paciente tem um estilo cognitivo de pensar, sentir e agir diferente de outras pessoas, sendo assim, cada técnica e método aplicados serão aplicados de forma personalizada.


Por que escolher a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)?


Porque é uma das abordagens teóricas que mais apresentam evidências científicas para diversos transtornos psicológicos ou problemas emocionais/comportamentais, como: transtornos depressivos, transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, abuso de substâncias, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), síndrome do pânico, fobias específicas, entre outros (nas referências abaixo, estão os artigos científicos que constatam sobre).


Graças a essa abordagem teórica, as pessoas podem descobrir a forma como pensam, porque pensam de determinada forma identificando padrões de pensamentos e crenças que estão gerando problemas cognitivos, emocionais e comportamentais, caminhando para uma vida mais funcional e saudável psicologicamente.


Entretanto, alguns pensamentos automáticos interferem na busca de ajuda psicológica, uma vez pensado por essas pessoas que procurar ajuda pode ser um sinal de fraqueza, dificultando o acesso ao tratamento. Uma saída para aqueles que precisam de ajuda psicológica e não querem se expor é fazer terapia online.


A terapia online é permitida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), e pode ser ideal para aqueles que desejam a mesma qualidade do presencial, porém no conforto da sua casa ou onde estiver, garantindo o seu bem-estar. Caso tenha mais alguma curiosidade ou dúvida sobre assunto agora mesmo, entre em contado clicando aqui.


Referências:


Barlow, D. H. Anxiety and its disorders: The nature and treatment of anxiety and panic (2nd ed.). NewYork: Guildford Press, 2002.


Beauregard, M. Mind does really matter: Evidence from neuroimaging studies of emotional self-regulation, psychotherapy, and placebo effect. Progress in Neurobiology, 2007.


Beck, A. T. The current state of cognitive therapy: A 40-year retrospective. Archives General Psychiatry, 2005.


Beck, J.S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2021.


Beck, J. S. Terapia cognitiva para desafios clínicos: O que fazer quando o básico não funciona. Porto Alegre: Artmed, 2007.


Brandão, M. L., Zanoveli, J. M., Ruiz-Martinez, R. C., Oliveira, L. C., & Landeira-Fernandez, J. Different patterns of freezing behavior organized in the periaqueductal gray of rats: Association with different types of anxiety. Behavioral and Brain Research, 2008.


Charney, D. Neuroanatomical circuits modulating fear and anxiety behaviors. Acta Psychiatry Scandinavica Supplement, 108(Suppl. 417), 2008.


De Raedt, R. Does neuroscience hold promise for the further development of behavior therapy? The case of emotional change after exposure in anxiety and depression. Scandinavian Journal of Psychology, 2006.


Etkin, A., & Wagner, T. D. Functional neuroimaging of anxienty: A meta-analysis of emotional processing in PTSD, social anxiety disorder, and specific phobia. American Journal Psychiatry, 2007.


Etkin, A., Pittenger, C., Polan, H. J., & Kandel, E. R. Toward a neurobiology of psychotherapy: Basic science and clinical applications. Journal Neuropsychiatry Clinical Neuroscience, 2005.


Erk, S., Abler, B., & Walter, H. Cognitive modulation of emotion anticipation. European Journal of Neuroscience, 2006.


Falcone, E. Psicoterapia cognitiva. In B. Rangé (Org.), Psicoterapias cognitivo-comportamental: Um diálogo com a psiquiatria (pp. 49-61). Porto Alegre: Artmed, 2001.


Foa, E. B. Psychosocial therapy for posttraumatic stress disorder. Journal of Clinical Psychiatry, 67(Suppl. 2), 2006.


Hermans, D., Craske, M. G., Mineka, S., & Lovibond, P. F. Extinction in human fear conditioning. Biology Psychiatry, 2006.


Hofmann, S. G. Cognitive processes during fear acquisition and extinction in animals and humans: Implications for exposure therapy of anxiety disorders. Clinical Psychology Review, 2008.


Kumari, V. Do psychotherapies produce neurobiological effects? Acta Neuropsychiatrica, 2006.


Leahy, R. L. Técnicas de terapia cognitiva: Manual do terapeuta. Porto Alegre: Artmed, 2006.


LeDoux, J. E. O cérebro emocional: Os misteriosos alicerces da vida emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.


Linden, D. E. How psychotherapy changes the brain: The contribution of functional neuroimaging. Molecular Psychiatry, 2006.


Liggan, D. Y., & Kay, J. Some neurobiological aspects of psychotherapy: A review. Journal Psychotherapy Practice and Research, 1999.


Mocaiber, I., Oliveira, L., Pereira, M. G., Machado-Pinheiro, W., Ventura, P. R., Figueira, I. V., & Volchan, E. Neurobiologia da regulação emocional: Implicações para a terapia cognitivo-comportamental. Psicologia em Estudo, 2008.


Paulus, M. P., & Stein, M. B. An insular view of anxiety. Biology Psychiatry, 2006.


Porto, P. Estudo de revisão sistemática de terapia cognitivo-comportamental nos transtornos de ansiedade. Dissertação de mestrado não-publicada, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia, Rio de Janeiro, RJ, 2007.


Rangé, B., & Bernik, M. Transtorno de pânico e agorafobia. In B. Rangé (Org.), Psicoterapias cognitivo-comportamentais: Um diálogo com a psiquiatria (pp. 145-182). Porto Alegre: Artmed, 2001.


Rachman, S., Radomsky, A. S., & Shafran, R. Safety behaviour: A reconsideration. Behaviour Research and Therapy, 2008.


Roffman, J. L., Marci, C. D., Glick, D. M., Dougherty, D. D., & Rauch, S. L. Neuroimaging and functional neuroanatomy of psychotherapy. Psychological Medicine, 2005.


Sotres-Bayon, F., Cain, C. K., & LeDoux, J. E. Brain mechanisms of fear extinction: Historical perspectives on the contribution of prefrontal cortex. Biology Psychiatry, 2006.


Ventura, P. R. Psicoterapia cognitivo-comportamental. In A. E. Nardi & A. M. Valença (Orgs.), Transtorno de pânico: Diagnóstico e tratamento (pp. 90-98). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.


Wright, H.J.; Basco, R.M.; Thase, E. M. Aprendendo a Terapia Cognitivo-Comportamental. Porto Alegre: Artmed, 2008.

 
 
 

Comments


b357a82495676c6c808a7b8c818f5460-removebg-preview.png

©2024 por Ivan Paiva. Todos os direitos reservados

bottom of page